O mês de setembro é com certeza o ápice do tradicionalismo no Rio Grande do Sul. Para quem quer mergulhar nessa cultura tão rica e presente na nossa terra, a capital gaúcha oferece espaços especiais que mantêm viva a essência do gaúcho e seus costumes. Elaboramos uma breve lista pra que tu conheça alguns desses lugares que são uma barbaridade de tão gaudérios!
Acampamento Farroupilha


Desde os anos 1980, o Parque Harmonia de Porto Alegre se transforma para receber todos que querem viver a tradição gaúcha. O Acampamento Farroupilha tem espaços que convidam à diversão e à emoção com o que temos de mais genuíno.
Em 2025, a 43ª edição acontece de 1º até 21 de setembro, reunindo 236 piquetes em uma área de 100 mil m². A programação inclui mais de 120 atrações musicais, artísticas e culturais gratuitas. E quem resiste quando o gaiteiro abre a gaita e os versos das canções ecoam pelos corredores? Para quem quer viver de verdade a experiência e dar seus passinhos de vanerão e chamamé, tem até curso de danças!
É claro que não podemos deixar de falar da gastronomia do Acampamento. A fumaça do churrasco é avistada ao longe. São inúmeras opções, desde as mais urbanas como o “morango do amor” até as mais raiz como o costelão assado no fogo de chão.
E se der vontade de levar no peito ou no pé a tradição, é só passar em uma das lojas e bancas de artesanato para encontrar aquela famosa alpargata com solado de corda e até mesmo pilchas completas para os peões e prendas.
Todos os anos, o evento atrai gente de diversos cantos do estado e até do exterior, com público estimado de 2 milhões de pessoas em 2025. Recentemente a acessibilidade do Parque Harmonia melhorou bastante e incluiu transporte especial para pessoas com baixa mobilidade. Pode levar da vovó à piazada que vai ser uma experiência tri boa.
O Laçador te espera



Saiu das mãos do escultor Antônio Caringi a obra que viraria um dos cartões postais da capital gaúcha. A estátua imponente representa o gaúcho em toda sua força e coragem e teve um toque de inspiração na figura do tradicionalista Paixão Côrtes. O monumento de 4,45 m e cerca de 3 toneladas mostra um laçador típico vestido com um tirador (avental de couro), laço de 14 braças, guaiaca, bombacha, lenço, camisa, botas rústicas e vincha sobre a testa. “É um emblema vivo para a população que condensa a união entre a capital e o interior”, segundo o historiador Gunter Axt.
Inicialmente, a estátua ficava na confluência da Avenida Farrapos com a BR-116, mas em março de 2007, foi transferida para um local próximo chamado de “Sítio do Laçador” – bem pertinho do aeroporto. É sobre uma coxilha e um pedestal de dois metros que esse símbolo gaúcho recebe quem passa por Porto Alegre.
Fica a dica para quem foi passear pela cidade ou estiver apenas de passagem pelo aeroporto: aproveite para dar uma volta no Sítio, apreciar O Laçador e tirar aquela selfie de respeito!
O primeiro Centro de Tradições Gaúchas do mundo


Fundado em 24 de abril de 1948 por um grupo de oito estudantes, entre eles Paixão Côrtes, o 35 CTG nasceu do desejo de resgatar os costumes campeiros vividos no interior e já raros na cidade grande. O nome “35” foi escolhido em homenagem ao ano do início da Revolução Farroupilha.
Foi só em 1971 que ocorreu o primeiro baile no galpão do 35 CTG, no mesmo ponto da Avenida Ipiranga, que ocupa ainda hoje. De lá para cá, não foram poucos os dias de festas e culto às tradições naquele endereço do Bairro Jardim Botânico.


Como a entidade mesmo se orgulha em dizer, é “um farol da nossa identidade e um ponto de encontro para todos que carregam o Rio Grande no coração”. Nele, tu vai encontrar muita dança, música e roda de chimarrão para compartilhar. Além de cursos de danças, bailes e eventos culturais, o espaço abriga ainda a Churrascaria Roda de Carreta. Ali os turistas podem apreciar apresentações estilizadas que mostram um pouco da nossa tradição em qualquer época do ano.
Tradição na palma da mão



Turista que pode se orgulhar de conhecer o coração de Porto Alegre é aquele que já visitou o tradicional Mercado Público. Entre as diversas bancas que estão por lá, tem uma que oferece uma experiência tri gaudéria. Na Banca 2 Rancho Nativo tu encontra produtos tipicamente gaúchos, como cuias, bombas, mateiras, erva-mate, facas…
Mas essa loja é mais que uma venda de artigos, é um ponto de encontro para quem quer sentir o sabor e o cheiro de uma tradição que iniciou com os indígenas. Ali a cultura vem para perto da gente de maneira simples e cheia de amizade simbolizada na cuia de mate.
O visitante pode escolher entre dois tipos de experiência. Na “Expresso”, o pessoal prepara um mate e tu só degusta dessa tradição! Na opção “Bagual” a ideia é sair de lá um craque na arte de cevar o mate e com um kit para levar teu chimarrão por onde fores. Nas duas modalidades, os guris da banca apresentam os “10 mandamentos do chimarrão” e ainda explicam a diferença entre a moagem das ervas-mate à venda no espaço.
O pessoal da banca diz que nem sempre é fácil para o turista entender que não se trata de uma experiência individual, que o encanto de uma roda de chimarrão é sentar e compartilhar a cuia, causos e a vida com quem a gente gosta. Aprendendo ou não que “não se mexe na bomba”, todos saem de lá com grandes memórias coloridas por erva-mate.